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Dívida do Corinthians sobe para R$ 2,7 bilhões e clube registra novo prejuízo em julho de 2025

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    Redação InfoTimão
  • 11 de out.
  • 3 min de leitura
Clube Social segue sendo o calcanhar de Aquiles das finanças corinthiana.
Clube Social segue sendo o calcanhar de Aquiles das finanças corinthiana. Foto: Maria Beatriz de Teves / Meu Timão

As demonstrações financeiras de julho de 2025 confirmam mais um mês de desequilíbrio nas contas do Sport Club Corinthians Paulista. De acordo com o relatório publicado no site oficial do clube, a dívida total passou de R$ 2,6 bilhões para R$ 2,7 bilhões, um aumento de aproximadamente R$ 100 milhões em apenas um mês.


O montante é composto por todas as obrigações financeiras do clube, incluindo salários, impostos, empréstimos e pendências diversas, além do financiamento da Neo Química Arena. As dívidas operacionais somam R$ 2,05 bilhões, enquanto o débito referente ao estádio, vinculado à Caixa Econômica Federal, representa R$ 655 milhões.


Crescimento do prejuízo e revisão orçamentária


O balancete de julho também apontou um aumento expressivo no déficit mensal, que chegou a R$ 103,1 milhões, 71% superior ao prejuízo de junho. No recorte do futebol, o superávit caiu de R$ 35,8 milhões para R$ 13 milhões, enquanto o clube social registrou déficit ampliado de R$ 96 milhões para R$ 116,1 milhões.


Mesmo com receitas brutas em crescimento, de R$ 401 milhões para R$ 457 milhões, as despesas gerais acompanharam o ritmo e subiram de R$ 373 milhões para R$ 437 milhões, pressionadas por juros financeiros que ultrapassaram a marca de R$ 120 milhões.


Na última segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou por aclamação a revisão orçamentária apresentada pela gestão Osmar Stabile, que prevê déficit de R$ 83 milhões para o restante de 2025, substituindo a projeção anterior de superávit de R$ 37,5 milhões feita ainda sob a presidência de Augusto Melo.


Números do futebol: receitas crescem, mas despesas superam ganhos


O departamento de futebol segue sendo o principal gerador de receitas do Corinthians. Em julho, o setor totalizou R$ 411,5 milhões de arrecadação, impulsionado por direitos de transmissão (R$ 198,1 milhões), patrocínios (R$ 102,9 milhões) e bilheteria (R$ 71,5 milhões).


Receitas do futebol (julho de 2025)

  • Direitos de TV: R$ 198,1 milhões

  • Patrocínios: R$ 102,97 milhões

  • Arrecadação de jogos: R$ 71,5 milhões

  • Premiações, Fiel Torcedor e outras receitas: R$ 38,9 milhões

  • Total: R$ 411,53 milhões


Por outro lado, os gastos operacionais subiram consideravelmente, atingindo R$ 426,6 milhões — alta de mais de R$ 60 milhões em relação ao mês anterior. O principal componente segue sendo a folha salarial, que atingiu R$ 256 milhões.


Despesas do futebol (julho de 2025)

  • Pessoal: R$ 256,17 milhões

  • Serviços de terceiros: R$ 20,7 milhões

  • Gerais e administrativas: R$ 25,2 milhões

  • Despesas com jogos: R$ 32,7 milhões

  • Outras despesas do futebol: R$ 15 milhões

  • Amortização e depreciação: R$ 58,5 milhões

  • Rateio de despesas administrativas: R$ 18,4 milhões

  • Total: R$ 426,67 milhões


Mesmo com saldo operacional negativo de R$ 37,5 milhões, o departamento de futebol manteve superávit líquido devido a vendas de atletas (R$ 74,5 milhões) e receitas não-operacionais (R$ 7,4 milhões), compensando parte das perdas.


Passivos internacionais e risco de novas sanções


O Corinthians ainda enfrenta ações no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) que somam R$ 135,3 milhões. Entre os casos já perdidos estão:


Além disso, o clube renegociou com o Toluca (México) a dívida referente ao atacante Pedro Raul, em acordo que totaliza US$ 8 milhões (R$ 42,8 milhões).


Outros processos seguem em andamento, como os de Maycon (Shakhtar Donetsk), José Martínez (Philadelphia Union) e Rodrigo Garro (Talleres). Em caso de novas derrotas, o clube pode enfrentar perda de pontos ou até rebaixamento por sanções da FIFA.


Situação do clube social e esportes amadores


O Parque São Jorge também apresentou aumento de arrecadação, chegando a R$ 45,7 milhões, puxado por:

  • Contribuições de associados: R$ 19,6 milhões

  • Licenciamento e franquias: R$ 16,2 milhões


Entretanto, as despesas do clube social subiram de R$ 61 milhões para R$ 71,5 milhões, com destaque para:

  • Gastos com pessoal: R$ 41,2 milhões

  • Serviços terceirizados: R$ 23,9 milhões

  • Despesas administrativas: R$ 22,3 milhões


O resultado operacional fechou com prejuízo de R$ 26,5 milhões, ampliando o déficit acumulado do setor para R$ 116,2 milhões.


Perspectiva e desafios


Com a dívida total se aproximando dos R$ 3 bilhões, o Corinthians enfrenta um cenário desafiador para equilibrar as finanças em 2025, que já preveem novo déficit ao final do ano.


A gestão de Osmar Stabile tenta ajustar o orçamento e ampliar receitas, criou até um comitê para tratar do assunto, mas o peso dos juros, das ações internacionais e dos custos de pessoal continua comprometendo a saúde financeira do clube.


Leia mais análises e bastidores exclusivos sobre a situação financeira do Corinthians no InfoTimão — o portal da Fiel que acompanha de perto tudo o que acontece dentro e fora do Parque São Jorge.

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