Conselho do Corinthians aprova revisão do orçamento com déficit previsto de R$ 83,3 milhões em 2025 - o que isso significa?
- Redação InfoTimão

- 7 de out.
- 3 min de leitura

A gestão do presidente Osmar Stabile apresentou nesta segunda-feira (6) uma revisão orçamentária para 2025, aprovada por aclamação pelo Conselho Deliberativo do Corinthians em reunião no Parque São Jorge. O documento projeta um déficit de R$ 83,3 milhões, em contraste direto com o superávit de R$ 37,5 milhões que havia sido previsto pela antiga administração de Augusto Melo — uma diferença de R$ 120,9 milhões.
Recentemente, o presidente corinthiano anunciou a criação de um comitê de reestruturação financeira para auxiliar a gestão na busca por equilíbrio e sustentabilidade financeira.
Mudança de cenário financeiro
A revisão foi motivada pelo entendimento da atual diretoria de que as estimativas deixadas pela gestão anterior estavam distantes da realidade financeira do clube. A peça passou inicialmente pela avaliação do Conselho de Orientação (Cori) e recebeu parecer favorável também do Conselho Fiscal, antes de seguir para votação.
Na sessão, o diretor financeiro Emerson Piovesan fez a apresentação geral, enquanto o gerente financeiro Roberto Gavioli detalhou os números. Apesar de um grupo de conselheiros solicitar o retorno do documento para nova análise, a proposta não avançou. Ao final, não houve votos contrários, e a aprovação ocorreu por aclamação, com registro de 26 conselheiros pedindo formalmente uma reavaliação.
Principais divergências
Entre as diferenças mais significativas em relação ao orçamento anterior, estão:
Venda de jogadores: a gestão Augusto projetava R$ 180,1 milhões em receitas líquidas, mas a nova previsão caiu para R$ 73,6 milhões – queda de 59,2%.
Despesas com pessoal: salários, direitos de imagem e encargos trabalhistas saltaram de R$ 345,8 milhões para R$ 492,7 milhões, um aumento de 42,5%. O Conselho Fiscal apontou que férias, 13º salário e encargos haviam sido subestimados na proposta anterior.
Receitas de patrocínio: reduziram-se de R$ 211,6 milhões para R$ 174,4 milhões, em razão de propriedades ainda não comercializadas.
Direitos de TV e bilheteria: afetados pela eliminação precoce na terceira fase da Libertadores 2025, antes da fase de grupos. A queda só foi parcialmente compensada pela participação na Sul-Americana, de valores inferiores.
Além disso, a projeção de desempenho no Campeonato Brasileiro também foi ajustada. A meta inicial previa a 8ª colocação; agora, o cenário considera uma variação entre 8º e 10º lugar, com impacto nas premiações.
Dívida e resultado operacional
Segundo o balancete do primeiro semestre, o endividamento bruto do Corinthians alcança R$ 2,6 bilhões — sendo R$ 1,948 bilhão diretamente do clube e R$ 675,2 milhões referentes ao financiamento da Neo Química Arena junto à Caixa Econômica Federal.
O resultado operacional, considerando apenas receitas e despesas recorrentes, deve ficar 116% inferior ao originalmente orçado, reflexo do crescimento das despesas e da não concretização das receitas previstas. O Conselho Fiscal foi enfático ao apontar que não há perspectiva de redução da dívida no cenário atual de geração de caixa.
O que significa uma revisão orçamentária?
A revisão orçamentária é um instrumento que ajusta as estimativas de receitas e despesas do clube de acordo com a realidade encontrada pela nova gestão. Isso significa que o documento aprovado não é estático: novas entradas de receitas, cortes de gastos ou desempenho esportivo melhor que o esperado podem alterar esse cenário ao longo do ano. Ainda assim, o orçamento serve como balizador oficial para o exercício financeiro de 2025.

Posição do Conselho do Corinthians
O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., registrou preocupação com a aprovação de um orçamento deficitário:
"Embora a revisão tenha sido aprovada pelos membros do Conselho Deliberativo aqui presentes, me preocupa muito a aprovação de uma previsão de orçamento com déficit. (...) Está aprovado, aqui, antecipadamente, o resultado negativo que pode vir no ano que vem. Entendo que se trata de uma revisão de algo pior, mas preciso fazer consignar que vocês estão, na grande maioria, dando aval antecipado a uma gestão deficitária".
O Corinthians, portanto, adota oficialmente um orçamento revisado que já prevê prejuízo em 2025, evidenciando os desafios da atual administração para reverter o quadro de endividamento bilionário e perda de receitas projetadas.
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