Corinthians cria Comitê de Planejamento Estratégico e Reestruturação Financeira para enfrentar dívida bilionária
- Redação InfoTimão

- 4 de out.
- 3 min de leitura

O Corinthians anunciou nesta semana a criação de um Comitê de Planejamento Estratégico e Reestruturação Financeira como resposta à grave situação econômica vivida pelo clube. Com uma dívida que já alcança R$ 2,6 bilhões e previsão de encerrar 2025 com déficit de R$ 83,3 milhões, a medida foi apresentada pelo presidente Osmar Stabile como essencial para "garantir o equilíbrio financeiro e a sustentabilidade a longo prazo".
Estrutura do novo comitê
O comitê será coordenado por André Recoder e Gabriel Diniz Abrão, e contará também com Carlos Roberto de Mello e Heleno Haddad Maluf. O grupo estará diretamente subordinado à Presidência e terá como missão auxiliar a Diretoria Financeira com uma abordagem mais técnica para o mercado, voltada à redução de despesas e à ampliação de receitas.
Segundo comunicado oficial do clube, o trabalho inclui uma análise detalhada da atual situação financeira, a definição de metas mensuráveis e o desenvolvimento de planos de ação que fortaleçam a gestão administrativa. A reestruturação também pretende identificar oportunidades de otimização de recursos, ajuste de despesas e incremento de receitas, sempre buscando a recuperação da saúde financeira do Timão.
Crise financeira
Os números revelam a gravidade da situação. No primeiro semestre de 2025, o Corinthians fechou com déficit de R$ 60,2 milhões, resultado de um aumento de quase 30% nas despesas. A revisão do orçamento anual aponta que o clube deve terminar o ano com déficit de R$ 83,3 milhões, revertendo uma previsão inicial que projetava superávit de R$ 37,5 milhões.
Em parecer recente, o Conselho Fiscal do Corinthians foi categórico: "não há perspectiva de redução do endividamento no cenário atual de geração de caixa". O passivo do clube se divide em R$ 1,948 bilhão da instituição e R$ 675,2 milhões relativos ao financiamento da Neo Química Arena, junto à Caixa Econômica Federal.
Impactos esportivos
A crise financeira também gera reflexos dentro de campo. O clube está sob transfer ban desde 12 de agosto, por conta de uma dívida de cerca de R$ 40 milhões com o Santos Laguna, do México, pela compra do zagueiro Félix Torres.
Além disso, uma segunda punição está a caminho: a Corte Arbitral do Esporte (CAS) rejeitou o recurso do Corinthians e condenou o clube a pagar R$ 41,3 milhões a Matías Rojas. Caso não haja acordo ou pagamento, o clube ficará novamente impedido de registrar jogadores.
O cenário é ainda mais delicado, já que outras quatro condenações estão em análise no CAS:
US$ 4,33 milhões (R$ 23,35 milhões) ao Talleres-ARG, pela contratação de Rodrigo Garro;
€ 1,075 milhão (R$ 6,76 milhões) ao Shakthar Donetsk-UCR, pelo empréstimo de Maycon;
US$ 1,5 milhão (R$ 8 milhões) ao Philadelphia Union-EUA, pela contratação de José Martínez;
€ 1 milhão (R$ 6,25 milhões) ao Midtjylland-DIN, pela chegada de Charles.
Um futuro incerto e um plano de ação emergencial
Em sua fala, Osmar Stabile destacou que a criação do comitê é um "momento crucial para o futuro do clube", reforçando a necessidade de união, transparência e profissionalismo para recolocar o Corinthians em rota de crescimento.
O desafio é gigantesco: além de lidar com a pressão esportiva e política, a atual gestão precisa reverter um passivo bilionário e reconquistar credibilidade no mercado. O sucesso do comitê será determinante para definir se o Timão conseguirá equilibrar as contas e voltar a competir em igualdade de condições com seus principais rivais.
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