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Bastidores em ebulição: Fabinho Soldado vira centro de nova crise política no Corinthians

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    Redação InfoTimão
  • há 3 dias
  • 4 min de leitura
Soldado observa treinamento do Corinthians.
Soldado observa treinamento do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

O Corinthians volta a viver dias de tensão nos bastidores. Uma disputa política pelo comando do departamento de futebol reacendeu o clima de instabilidade no Parque São Jorge e colocou o presidente Osmar Stabile sob pressão direta de conselheiros que pedem a saída do executivo Fabinho Soldado, profissional que, curiosamente, conta com apoio irrestrito do elenco e dos funcionários do CT Joaquim Grava.


Pressões internas e resistência presidencial


Desde que assumiu o comando do clube após o impeachment de Augusto Melo, em agosto, Stabile tem buscado se equilibrar entre as forças políticas que o sustentam e as demandas do futebol. Parte do Conselho Deliberativo considera que Fabinho concentra poderes excessivos e recebe salário elevado, pedindo a criação de um novo diretor estatutário, figura histórica da política corintiana usada para equilibrar interesses entre grupos.


Mesmo sob essa pressão, Stabile mantém o executivo no cargo e descarta mudanças até o fim da temporada. “Fabinho está mantido. Quem manda é o presidente”, teria dito o mandatário a pessoas próximas, segundo apuração do ge.


Fabinho foi contratado em 2024, na gestão de Augusto Melo, e resistiu às demissões em série promovidas por Stabile após assumir a presidência. É o único remanescente da antiga estrutura que segue com poder no futebol.


Osmar Stabile, presidente do Corinthians, e o diretor de futebol Fabinho Soldado.
Osmar Stabile, presidente do Corinthians, e o diretor de futebol Fabinho Soldado. Foto: Rodrigo Coca / Ag.Corinthians

As críticas dos conselheiros ao Fabinho Soldado


Entre os críticos, há quem argumente que o Corinthians deveria retomar o modelo tradicional de um diretor político para supervisionar o departamento e “controlar” as decisões do executivo. O argumento é que a ausência dessa figura fortalece demais Fabinho e isola o CT do ambiente político do clube.


Outros conselheiros apontam falhas na montagem do elenco, especialmente após o transfer ban que impediu novos registros. O clube contratou apenas o atacante Vitinho na última janela e viu sair oportunidades importantes no mercado.


A folha salarial de cerca de R$ 20 milhões é outro ponto de contestação, considerada alta para um time que ainda busca estabilidade no Campeonato Brasileiro, sem conseguir vencer duas partidas seguidas após 29 rodadas.


Entre os episódios usados pelos críticos para atacar o executivo estão a venda de Kauê Furquim ao Bahia, as faltas de Memphis Depay e José Martínez a treinos e a falta de reforços antes da punição da FIFA.


Blindagem e apoio no CT Joaquim Grava


No CT Joaquim Grava, Fabinho Soldado vive outra realidade. É visto como um profissional sério, formal e confiável, sempre trajando roupas sociais e mantendo uma postura rígida.


O local, sob sua gestão, tornou-se “território blindado”, com acesso restrito a torcedores e conselheiros, uma medida que desagradou setores políticos, mas aproximou a diretoria do futebol do profissionalismo.


O respeito é quase unânime entre jogadores e funcionários. Hugo Souza, um dos líderes do elenco, fez questão de sair em defesa de Fabinho após a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, no último sábado, na Neo Química Arena.

“O Fabinho cuida de todo o nosso ambiente no futebol, nos deixa bem à vontade para trabalhar. É um cara que a gente tem que respeitar muito, não só a torcida, mas o conselho, a diretoria, a presidência. Ele revolucionou o futebol dentro do clube. O Corinthians não vencia há seis anos e nós ganhamos o título. Estamos em outra semifinal da Copa do Brasil e temos um time competitivo.”

As palavras do capitão refletem o sentimento do elenco, que vê no dirigente um fiador de estabilidade em meio às turbulências políticas.


Demiti-lo antes do fim do ano seria, nas palavras de pessoas próximas ao grupo, “comprar uma crise com o elenco”.


Fabinho Soldado (de azul) é quem dá as cartas no CT Joaquim Grava.
Fabinho Soldado (de azul) é quem dá as cartas no CT Joaquim Grava. Foto: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

Entre o profissionalismo e o jogo político


A atuação de Fabinho rompeu com práticas antigas no clube, especialmente o trânsito livre de conselheiros nos bastidores do futebol. Essa ruptura, ainda que tenha profissionalizado o ambiente, feriu vaidades e criou novos antagonismos no Parque São Jorge.


Enquanto os políticos cobram representatividade, quem vive o dia a dia do CT defende gestão técnica e meritocrática. Fabinho tenta se manter afastado das disputas internas, mas admite, a interlocutores, sentir-se “fritado” por grupos que não aceitam a perda de influência no departamento, de acordo com informações do ge, confirmadas pelo InfoTimão.


Com a temporada entrando em reta final e a Copa do Brasil como principal objetivo, Stabile tenta administrar o fogo cruzado. A promessa é de manter o executivo até dezembro e, só então, reavaliar a estrutura.


O que diz o presidente


Em contato com a reportagem do Meu Timão, Osmar Stabile, presidente do Corinthians, reafirmou que não há nenhuma possibilidade da saída do executivo de futebol.


"Gostaria de esclarecer que Fabinho Soldado está garantido como executivo de futebol do Corinthians. Toda essa especulação que tem circulado, além de mentirosa, atrapalha o andamento do futebol no clube como um todo", afirmou o presidente corinthiano. "Quero deixar claro que não existe nenhum tipo de pressão ou influência de grupos políticos em qualquer decisão relacionada ao futebol. Todas as decisões são exclusivas do Presidente da Diretoria", completou.


"Peço para que os corinthianos continuem apoiando o time como sempre fazem, evitando alimentar as mentiras de pessoas que querem audiência às custas do Corinthians, tumultuando um ambiente de respeito e bem gerido", finalizou Stabile.


Opinião InfoTimão


É curioso o caso de um profissional elogiado por todos que atuam ou atuaram no dia a dia do futebol do Corinthians, de funcionários a jogadores e ex-membros de comissão técnica, mas constantemente atacado por setores do Parque São Jorge. Será que isso ocorre porque cortou mordomias e restringiu o acesso de conselheiros ao CT e aos atletas em dias de jogos?


Em pleno 2025, o Corinthians precisa mesmo voltar a ser refém de diretores estatutários, que agem mais por conveniência política do que por competência profissional? No InfoTimão, preferimos acreditar nas pessoas do CT, que constroem o Corinthians diariamente, longe dos holofotes e das disputas de poder.


O Parque São Jorge tem seus próprios interesses, e nem sempre eles coincidem com os do Sport Club Corinthians Paulista.


Acompanhe a cobertura completa dos bastidores e da política alvinegra no InfoTimão — o portal onde o Corinthians é assunto 24 horas por dia.

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