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InfoTimão Análises: Corinthians tem posse, mas sofre com lentidão e falta de inspiração e pouca profundidade na derrota para o Ceará

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    Redação InfoTimão
  • há 7 dias
  • 3 min de leitura
    Pedro Henrique, ex-corinthians, deu assistência para o gol cearense, em tarde desastrosa do Corinthians. Foto: Fabio GIannelli / Agif
Pedro Henrique, ex-corinthians, deu assistência para o gol cearense, em tarde desastrosa do Corinthians. Foto: Fabio GIannelli / Agif

Timão controlou 77% da posse de bola, mas foi pouco incisivo e encontrou grandes dificuldades para furar o bloqueio defensivo do adversário


O Corinthians foi derrotado pelo Ceará por 1 a 0 na Neo Química Arena, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro 2025, em uma partida marcada pelo domínio de posse, mas também pela falta de eficiência ofensiva e lentidão nas ações do meio-campo. Sob o comando de Dorival Júnior, o time teve 77% da posse de bola, trocou 674 passes contra 196 do adversário e finalizou 16 vezes, mas converteu pouco da superioridade territorial em chances reais de gol.


Domínio que não se transformou em vantagem


O Corinthians começou melhor, ocupando o campo de ataque e controlando as ações. Criou boas oportunidades com Gustavo Henrique, que exigiu grande defesa de Bruno Ferreira, e chegou a marcar aos 20 minutos, mas o gol foi anulado por impedimento de Matheus Bidu. Apesar do início promissor, a equipe voltou a repetir velhos problemas: excesso de passes horizontais, baixa movimentação no último terço e falta de objetividade.


Os números reforçam esse cenário. O Timão acertou 605 passes certos (contra apenas 130 do Ceará), teve 67 entradas no terço final, mas produziu apenas 1.09 de xG (gols esperados), número baixo para o volume de posse. A equipe ainda registrou 83% de acerto nos passes decisivos, mas apenas 17% nos cruzamentos, mostrando dificuldade para transformar o controle da bola em situações perigosas.


Ceará compacto e estratégico


O Ceará, comandado por Léo Condá, adotou uma postura clara: linhas baixas, bloco compacto e marcação direcionada ao miolo de criação corinthiano. O trio Garro, Maycon e Breno Bidon foi constantemente bloqueado, sem espaço para as infiltrações e tabelas curtas que caracterizam o modelo de Dorival.


As laterais também foram neutralizadas. Tanto Bidu quanto Matheuzinho tiveram liberdade inicial, mas o adversário ajustou a marcação para impedir suas subidas. Isso forçou o Corinthians a insistir em cruzamentos e jogadas previsíveis pelos lados, sem variações ofensivas.


Mesmo com apenas 23% de posse, o Ceará foi mais eficiente nos momentos-chave: somou 0.45 xG, aproveitou 2 grandes chances criadas e marcou em um contra-ataque rápido após erro de passe de Yuri Alberto, com Galeano definindo a vitória.


O papel de Dieguinho e as poucas soluções ofensivas


Em meio à lentidão e à falta de profundidade, o jovem Dieguinho foi o único respiro criativo do ataque. Atuando aberto pela direita, o atacante venceu 52% dos dribles e conseguiu quebrar linhas de marcação, sendo o responsável pelas principais jogadas de desequilíbrio no segundo tempo.


Dorival tentou dar mais poder ofensivo ao time com as entradas de Romero, Gui Negão e Talles Magno, mas as substituições pouco alteraram o panorama. O Timão manteve o controle, mas não apresentou repertório tático suficiente para desmontar o bloco baixo adversário.


Defesa firme, mas falha no detalhe


Defensivamente, o Corinthians teve bons números: 88% de desarmes ganhos e 44 recuperações de bola, com atuação sólida de Gustavo Henrique e André Ramalho. O problema, no entanto, esteve na transição defensiva. O time se expôs após perder a posse, especialmente em jogadas pelo centro, uma delas originou o gol do Ceará.



O goleiro Felipe Longo foi pouco exigido, mas ainda fez 3 defesas, evitando um placar mais elástico. No total, o Corinthians permitiu apenas sete finalizações do adversário, sendo quatro no alvo, o que demonstra que a derrota se explica muito mais pela ineficiência ofensiva do que por falhas coletivas na defesa.


Diagnóstico final da derrota


A derrota expôs novamente o grande dilema corinthiano na temporada: controle sem contundência. O time tem posse, ocupa o campo adversário e troca passes, mas carece de verticalidade e aceleração no terço final. A baixa produção ofensiva, mesmo com 16 finalizações, e a falta de infiltração central tornam previsível o ataque.


Para o próximo desafio, contra o São Paulo, Dorival Júnior precisa buscar alternativas que aumentem a velocidade das transições e a ocupação da área, especialmente com mais aproximação entre Garro, Memphis e Yuri Alberto. Caso contrário, o domínio continuará estéril, e o Timão seguirá sofrendo diante de equipes que se defendem em bloco baixo.


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