InfoTimão Análises: Falta de intensidade e desconexão coletiva explicam derrota do Corinthians na Vila Belmiro
- Redação InfoTimão
- 17 de out.
- 4 min de leitura

O Corinthians saiu derrotado mais uma vez no Campeonato Brasileiro e, mais do que o placar de 3 a 1 para o Santos, o desempenho preocupa. O clássico na Vila Belmiro expôs velhos problemas da equipe de Dorival Júnior, que, mesmo ausente do banco por suspensão, viu de longe um time sem energia, desorganizado e vulnerável diante da intensidade do rival.
A análise do InfoTimão mostra que o revés não foi fruto apenas de erros pontuais, mas de falhas estruturais na execução do modelo de jogo, em especial na fase defensiva e nas transições ofensivas.
Um primeiro tempo sem alma e sem compactação
A etapa inicial foi o retrato mais claro do desequilÃbrio corinthiano. O Santos, empurrado pela torcida e com uma postura agressiva desde o apito inicial, pressionou alto, mordeu os espaços e forçou o Corinthians ao erro. Em contrapartida, o Timão apresentou uma linha defensiva descoordenada, meio-campo espaçado e ataque desconectado, incapaz de reter a posse de bola por mais de três passes consecutivos.
Os dados de campo reforçam o que se viu a olho nu: o Santos venceu a maioria das segundas bolas e controlou o ritmo da partida. Raniele e Breno Bidon, que vinham sendo os pilares da sustentação no meio, foram engolidos pela intensidade rival. Maycon, sobrecarregado na saÃda, se viu sem linhas de passe e acabou cometendo erros técnicos incomuns.
Sem compactação, o Corinthians deixou grandes lacunas entre os setores, o que facilitou as infiltrações e trocas rápidas de posição de Barreal e Rollheiser, protagonistas dos dois primeiros gols santistas. A equipe ficou tão exposta que o adversário conseguiu criar superioridade numérica nas costas de Matheuzinho e Angileri durante todo o primeiro tempo.
Momentos de ataque de cada equipe:
SaÃda de bola previsÃvel e ataque isolado
O plano de saÃda curta, proposto pela comissão técnica desde a chegada de Dorival, mais uma vez travou diante de uma marcação alta e bem sincronizada. O Corinthians insistiu em iniciar as jogadas pelo chão, mesmo quando o Santos subia com cinco jogadores, o que resultou em erros forçados e lançamentos longos imprecisos.
O resultado foi um ataque totalmente isolado: Yuri Alberto e Gui Negão ficaram a maior parte do tempo de costas para o gol, sem apoio de Hugo Farias ou dos meias. Quando o Timão recuperava a bola, faltava aproximação e velocidade para transitar. A consequência direta foi a ausência de posse no campo ofensivo, um time que parecia sempre correr atrás, nunca comandar o jogo.
Mesmo em momentos de superioridade numérica, como nas raras subidas de Matheuzinho, o Corinthians se mostrava previsÃvel, com cruzamentos forçados e pouca variação tática.
Reações tardias e pouca profundidade no banco
Com Dorival suspenso, coube a Lucas Silvestre tentar reorganizar o time no intervalo. As entradas de Kayke e André trouxeram energia, mas não o suficiente para mudar a estrutura de jogo. O time seguiu com dificuldade para atacar em bloco, algo que o Santos explorou com transições rápidas e diagonais curtas entre as linhas.
Quando Rodrigo Garro e Memphis Depay entraram, o Corinthians já perdia por 3 a 0 e mesmo com a presença técnica dos dois, a falta de sincronia ofensiva impediu uma reação efetiva. A equipe até mostrou um breve respiro após o gol de Raniele, mas voltou a se perder em passes curtos e tomadas de decisão lentas.
O banco de reservas, com poucas opções ofensivas prontas fisicamente, limita as alternativas de Dorival para mudar o ritmo dos jogos.
Padrão de queda: intensidade e concentração
A derrota na Vila Belmiro repete o mesmo roteiro de outras partidas recentes, como contra o Sport Recife, fora de casa, o Corinthians tem apresentado dificuldades contra os time da parte de baixo da tabela.
O time entra em campo desligado, demora a reagir e só melhora quando já está em desvantagem. Esse comportamento sugere uma queda de concentração coletiva e uma falta de resposta emocional dentro do jogo, algo grave para um clube como o Corinthians, historicamente marcado pelo DNA combativo e pela entrega.
Mais do que falhas táticas, o que preocupa é a ausência de energia competitiva, algo que independe de reforços ou orçamento. O time precisa recuperar o senso de urgência, algo inegociável para a reta final da temporada.
O que precisa mudar
Com dez rodadas restantes e o time apenas cinco pontos acima da zona de rebaixamento, o Corinthians precisa reagir rápido. A comissão técnica terá de corrigir alguns pontos urgentes:
Melhorar a compactação entre os setores, diminuindo os espaços entre defesa e meio-campo;
Variar a saÃda de bola, alternando entre passes curtos e transições diretas, evitando insistir em jogadas sob pressão;
Reforçar o posicionamento defensivo nas bolas paradas, origem de boa parte dos gols sofridos;
Resgatar o espÃrito competitivo, com intensidade desde os primeiros minutos;
Dar mais liberdade criativa a Garro e Depay, que podem ser o diferencial técnico nas rodadas finais.
O alerta está ligado
O revés na Vila Belmiro escancara que o problema do Corinthians é tanto tático quanto emocional. A equipe não pode se dar ao luxo de esperar o fim da temporada para reagir. Cada ponto é decisivo, e o desempenho atual acende um sinal de alerta real na reta final do campeonato.
No sábado, o Atlético Mineiro visita a Neo QuÃmica Arena, e a Fiel espera, mais do que uma vitória, uma resposta de postura.
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