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A Política Sempre Efervescente do Corinthians

  • Foto do escritor: Redação InfoTimão
    Redação InfoTimão
  • 15 de jan.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 15 de mar.


Presidentes do Corinthians


Tudo o que ocorre dentro do Parque São Jorge ganha uma proporção gigantesca. A grandeza do Sport Club Corinthians Paulista, aliada à presença marcante da Fiel Torcida – sempre questionadora e apaixonada – faz com que o clube esteja constantemente sob os holofotes. Tanto a imprensa quanto os rivais observam cada movimento com uma lupa, algo que nem sempre ocorre com outros clubes brasileiros.


A Política do Corinthians


Essa relação intensa entre o Corinthians e a política interna reflete a magnitude do clube, que ultrapassa as quatro linhas e se entrelaça com história, sociedade e poder. Vamos revisitar os momentos mais marcantes dessa política efervescente.


A Era Vicente Matheus nos Anos 70 e 80


Entre as décadas de 1970 e 1980, a gestão de Vicente Matheus tornou-se um marco no Corinthians. O carismático presidente ficou conhecido tanto por suas declarações folclóricas quanto por sua dedicação ao clube. Um dos momentos marcantes de sua administração foi a condução polêmica da saída do ídolo Rivelino, em meados dos anos 70, após a derrota para o rival e, posteriormente, a decisão de apostar em jovens promessas como Biro-Biro, que marcariam época no clube.


Os Anos 80 e a Democracia Corinthiana


Na década de 1980, o Corinthians protagonizou um dos momentos mais emblemáticos de sua história com a Democracia Corinthiana. Liderados pelos jogadores Sócrates, Casagrande e Wladimir, que tiveram um papel central no movimento, a gestão de Adílio Monteiro Alves, com apoio de grandes nomes como o publicitário Washington Olivetto, teve participação ativa na implementação de um modelo que promovia a ação coletiva nas decisões do clube. O movimento transcendeu os limites do futebol, alinhando-se aos clamores por democracia no Brasil, durante o período da ditadura militar, e o movimento "Diretas Já", em prol do voto popular.


O Impacto de Traffic e Excel


Nos anos 1990, o Corinthians buscou modernização por meio de parcerias com empresas como a Traffic e Excel. Essas gestões tentaram rivalizar com o Palmeiras, que tinha o apoio da Parmalat, tentando se valer através da contratação de atletas renomados como Edmundo, Túlio Maravilha e Donizete Pantera, entre outros. No entanto, as iniciativas esbarraram em dificuldades financeiras e administrativas dos parceiros e do próprio clube, destacando os riscos de depender totalmente de parceiros externos.


A Chegada da MSI e a Era Dualib nos Anos 2000


Na década de 2000, a gestão de Alberto Dualib trouxe a polêmica parceria com a MSI, liderada por Kia Joorabchian. Em 2005, o projeto prometia revolucionar o futebol brasileiro, talvez antecipando o modelo de mecenas e SAFs que hoje se tornam comuns nos clubes.


Grandes nomes como Carlitos Tevez, Javier Mascherano, Roger Flores, Carlos Alberto e Nilmar foram contratados, elevando o nível do elenco que ainda conquistaria o Campeonato Brasileiro de 2005. Contudo, a recepção negativa da mídia e dos rivais, somada a problemas internos, levou ao colapso da parceria e uma debandada de jogadores, deixando o clube em crise e culminando no rebaixamento para a Série B em 2007.


Renovação e Transparência: Ascensão e Declínio


Com a chegada de Andrés Sanchez e o grupo “Renovação e Transparência”, num primeiro momento o Corinthians voltou a ser protagonista. Sanchez trouxe Ronaldo Fenômeno – considerada por muitos a maior contratação da história do futebol brasileiro. Sob a gestão deste grupo político, o clube construiu o CT Joaquim Grava e a Neo Química Arena, conquistou títulos históricos como a Libertadores e o Mundial de Clubes, além de alguns Brasileiros, durante quase uma década, o time do Parque São Jorge era visto como uma potência futebolística.


Porém, a sucessão de presidentes, com Mário Gobbi, Roberto de Andrade, Andrés novamente e Duílio Monteiro Alves, apesar de vitoriosa em alguns momentos, levou a desorganização e às dívidas astronômicas, hoje na casa dos R$ 2,4 bilhões. Enquanto isso, rivais como Palmeiras, Flamengo e Botafogo despontaram, deixando o Corinthians para trás.


2024: Um Novo Capítulo com Augusto Melo


A eleição de Augusto Melo marcou uma guinada política. Prometendo profissionalismo, a nova gestão enfrentou turbulências logo no início: entrevistas atrapalhadas com promessas não cumpridas, problemas contratuais com a “Vai de Bet”, saída de jogadores, vazamentos na imprensa, culminaram numa debandada geral dos diretores e aliados políticos do período de eleição.


Contudo, nomes como Fabinho Soldado e Fred Luz ajudaram a reorganizar parcialmente o clube, num bom trabalho na janela de meio de ano, trouxeram reforços como Memphis Depay, André Ramalho, Talles Magno, Hugo Souza e outros, que não só salvaram a temporada, como também deram uma sobrevida à gestão que caminhava a passos largos para o desastre.


O atual mandatário ainda enfrenta desafios como a crise financeira do clube, problemas na categoria de base, os constantes pedidos pela saída de Fred Luz e um possível processo de impeachment que circula no Conselho e deve ser voltado em breve.


O Gigante Ameaçado, Mas Sempre Vivo


O Corinthians tem uma história marcada por extremos: momentos gloriosos de títulos que levaram treinadores à Seleção Brasileira – como Luxemburgo, Parreira, Mano Menezes e Tite – e anos de crises profundas, seca de títulos e problemas que estampam as manchetes policiais.


Tudo é muito maior e mais intenso no Corinthians. A Fiel sofre, mas nunca abandona.


Quando organizado, o Corinthians é uma força quase imbatível. A esperança é que os próximos capítulos tragam estabilidade e retomada de protagonismo. Afinal, como diz a torcida: “Aqui é Corinthians”.


Seguimos vigilantes!

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