Torcidas Organizadas do Corinthians ocupam Parque São Jorge em protesto contra má gestão
- Redação InfoTimão
- 4 de jun.
- 3 min de leitura
Ação liderada por torcidas do Corinthians reúne cerca de 500 pessoas e cobra mudanças estruturais no clube
Nesta terça-feira (3), o Parque São Jorge foi ocupado pelas principais torcidas organizadas do Corinthians, em um movimento que reivindica transformações urgentes na política interna do clube. A manifestação foi liderada pelos Gaviões da Fiel, acompanhada por outros grupos tradicionais como Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra. Cerca de 500 torcedores e associados participaram do ato, que foi caracterizado como pacífico, porém firme em suas exigências.
Protesto é considerado “ato de resistência” pela Fiel
Os Gaviões da Fiel, por meio de suas redes oficiais, divulgaram uma nota pública em que definem a ocupação como um “ato de resistência” contra o que chamam de anos de más administrações. A nota enfatiza a necessidade de mudanças urgentes e estruturantes, e denuncia a omissão de conselheiros e o domínio de elites que, segundo os torcedores, afastaram o clube de suas raízes populares.
“O Corinthians sangra há anos nas mãos de gestões incompetentes, amadoras, omissas e elitistas, que viraram as costas para quem sustenta esse clube há mais de 114 anos: o povo!”, diz o comunicado.
Faixas, trancas e palavras de ordem no coração do clube
Os torcedores entraram pelo portão principal da sede social e fecharam as grades de acesso. Em seguida, estenderam uma faixa com os dizeres: “Luto, fechado por má administração”, símbolo claro da insatisfação com os rumos do clube. A catraca para pedestres seguiu funcionando normalmente, e os portões de estacionamento também permaneceram abertos para circulação de associados.
Entre as mensagens estampadas nas faixas e cartazes, destacam-se:
• “Fora ratazanas”
• “Fiel Torcedor com direito ao voto”
• “Punição para os culpados, sem exceção”
• “O clube é do povo”
Pauta das organizadas: voto, estatuto e responsabilização
As organizadas deixaram claro que suas reivindicações não estão ligadas a nenhum grupo político específico dentro do clube, mas sim a uma pauta de transformação institucional. As principais exigências são:
• Direito ao voto para o programa Fiel Torcedor
• Reforma imediata do Estatuto do Clube
• Punição aos responsáveis pelas dívidas, que já superam os R$ 2,5 bilhões
O presidente da Gaviões da Fiel, Ale, declarou em vídeo:
“Não somos ninguém, nem Augusto Melo, nem Osmar Stabile. A ideia agora é a reforma do estatuto. Corinthiano, vamos nos unir. A revolução começou hoje.”
Crise institucional segue sem definição
A ocupação ocorre em meio a uma grave crise política no Corinthians, agravada pela tentativa frustrada de Augusto Melo de reassumir a presidência após seu impeachment. No último sábado, o ex-presidente se autoproclamou no cargo com base em decisão da conselheira Maria Angela Ocampos. A medida, no entanto, foi rejeitada pela Comissão de Justiça do clube, pelo Conselho de Orientação (Cori) e por antigos dirigentes.
Enquanto isso, Osmar Stabile, presidente interino, segue no comando administrativo do clube, embora também tenha sido criticado pelas torcidas organizadas devido às indicações em sua gestão, como o retorno de “Nenê do Posto” ao departamento de base.
Assembleia geral em agosto definirá futuro da presidência
A indefinição permanece até o dia 9 de agosto, quando os associados do Corinthians irão votar, em assembleia geral, a destituição definitiva ou a recondução de Augusto Melo à presidência do clube.
O clube é do povo: revolução corinthiana começa na arquibancada
O movimento das organizadas do Corinthians representa mais do que um protesto: é um chamado à reconstrução institucional do clube com base na participação popular, transparência e respeito à história da Fiel. A ocupação do Parque São Jorge marca um capítulo importante dessa jornada por um Corinthians mais democrático e inclusivo.
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