MP amplia investigação no Corinthians e apura estelionato, furto e associação criminosa
- Redação InfoTimão

- 4 de ago.
- 3 min de leitura
Além de uso dos cartões de créditos nas gestões Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves, Ministério Público vai averiguar possível utilização de empresa de fachada revelada em matéria do ge, pelo jornalista Bruno Cassucci

Relatório fiscal, empresa de fachada e cartão corporativo estão entre os pontos investigados pela Promotoria
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) decidiu ampliar a investigação sobre a gestão financeira do Corinthians, incluindo agora suspeitas de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa. A apuração envolve principalmente atos ocorridos durante a gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves, entre os anos de 2021 e 2023, mas também alcança a administração anterior, de Andrés Sanchez.
Inicialmente, o foco do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) era o uso do cartão corporativo do clube por dirigentes. No entanto, após revelações feitas pelo portal ge, o MP incorporou à apuração um relatório de despesas da presidência, datado de outubro de 2023, que levanta sérias suspeitas sobre a possível relação do clube com uma empresa de fachada.
Minimercado sem sede física
O caso que chama mais atenção é o do Oliveira Minimercado, que emitiu sete notas fiscais em nome do Corinthians entre os dias 18 e 31 de outubro de 2023, somando R$ 32.580. O promotor Cassio Roberto Conserino, responsável pelo caso, foi até o endereço fiscal do suposto minimercado e constatou que nenhum comércio funcionava no local.
A suspeita do MP é que o clube tenha utilizado a empresa fictícia para desviar ou furtar recursos. Outros lançamentos suspeitos também estão sob análise, como despesas que podem indicar o uso de dinheiro do clube para fins pessoais, algo que violaria normas internas e poderia configurar crime.
Ex-motorista investigado
Por ter assinado o documento com o relatório de despesas, o ex-motorista da presidência, Denilson Grillo, passou a ser formalmente investigado e será ouvido nos próximos dias. O Ministério Público também pretende ouvir uma série de testemunhas, incluindo o presidente interino Osmar Stabile, o vice-presidente Armando Mendonça, e o presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Júnior.
Também estão na lista de depoimentos Roberto Gavioli, ex-gerente financeiro das gestões Andrés e Duilio (e que voltou ao clube com Osmar Stabile), além do ex-diretor Matías Romano Ávila.
MP cobra medidas de compliance
O MP recomendou à atual diretoria do Corinthians a implantação imediata de mecanismos internos de controle, integridade, governança, prevenção de riscos e políticas de compliance. A recomendação surge após a entrevista coletiva de Romeu Tuma Júnior, que admitiu publicamente a ausência de um regramento claro sobre o uso do cartão corporativo no clube.
A investigação foi iniciada na semana passada e já motivou o envio de pedidos formais de documentos e informações ao Corinthians.
O que dizem as defesas de Andrés e Duilio
Procurados pelo ge, os ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves divulgaram notas oficiais.
“O Presidente Andrés teve as suas contas aprovadas e não esta preocupado com o procedimento instaurado. Os valores gastos no cartão corporativo foram todos justificados e as despesas de caráter pessoal foram integralmente reembolsadas ao clube. As denúncias são infundadas e tem por objetivo tumultuar a Assembleia Geral de ratificação do impeachment do presidente Augusto Melo. Temos certeza que o Ministério Público vai arquivar o caso assim que o promotor de justiça tiver contato com as provas”, afirmou a defesa de Andrés.
Já Duilio adotou tom mais colaborativo:
“Entendo ser muito oportuna e salutar a notícia sobre abertura de investigação pelo Ministerio Público, destinada à coleta de informações sobre despesas pessoais nas gestões anteriores do Corinthians, dentre as quais a minha, nos anos de 2021 a 2023. Vale ressaltar que fui o primeiro a pedir acesso aos documentos para prestar esclarecimentos, bem como para as devidas apurações e responsabilizações. Ingressei com representações para que tudo seja apurado tanto no Conselho Deliberativo do Corinthians via oficio, quanto por meio de apresentação de notícia-crime na delegacia do DRADE. Reitero meu compromisso com a transparência, a ética e o respeito às instituições, e sigo à disposição do clube e das autoridades, confiando plenamente no trabalho do Ministério Público, certo de que os fatos serão devidamente esclarecidos”.
Nova crise em meio ao processo de impeachment
A nova frente de investigação agrava ainda mais o ambiente político do Corinthians, que vive uma turbulência sem precedentes, com a iminente Assembleia Geral de ratificação do impeachment do atual presidente Augusto Melo. A ampliação do escopo da apuração pode gerar efeitos jurídicos e administrativos de longo prazo, inclusive afetando futuras gestões e a estrutura de governança do clube.
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