Memória InfoTimão: 48 anos do título histórico do Campeonato Paulista de 1977 que encerrou o jejum do Corinthians
- Redação InfoTimão
- 13 de out.
- 3 min de leitura
Em 13 de outubro de 1977, o Corinthians escreveu uma das páginas mais emocionantes da história do futebol brasileiro. Após 22 anos, 8 meses e 7 dias sem conquistar o Campeonato Paulista, o clube voltou a erguer o troféu estadual diante de uma Fiel Torcida que lotou o Morumbi e transformou a noite em um verdadeiro ato de fé.
O contexto: duas décadas de espera
O último título paulista havia sido em 1954, e o período seguinte foi de frustrações, eliminações e tentativas frustradas. Ainda assim, o Corinthians cresceu fora de campo: sua torcida aumentou exponencialmente, mesmo diante da seca de títulos — algo raro no futebol mundial.
A temporada de 1977 começou com desconfiança, mas o técnico Oswaldo Brandão construiu um elenco aguerrido, com nomes como Basílio, Zé Maria, Wladimir, Ruço, Luciano, Vaguinho, Geraldão e Romeu. O time se classificou para as finais contra a Ponte Preta, em uma série melhor de três jogos.
As finais contra a Ponte Preta
O primeiro duelo terminou com vitória corinthiana por 1 a 0, gol de Palhinha. No segundo, a Ponte Preta respondeu com um 2 a 1 histórico diante de 138 mil torcedores, segundo dados oficiais — o maior público do Morumbi até então.
A decisão foi para o terceiro jogo, e o clima era de tensão. Aos 16 minutos, Rui Rei foi expulso após discutir com o árbitro Dulcídio Wanderley Boschillia, deixando a Macaca com um jogador a menos. O Corinthians dominou o meio-campo, mas a bola insistia em não entrar.
Aos 36 minutos do segundo tempo, veio o momento eterno: Zé Maria cobrou falta, Vaguinho acertou o travessão, Wladimir tentou de cabeça, Oscar salvou em cima da linha — e Basílio, o camisa 8, apareceu para marcar o gol que libertou uma nação.
“Quando a bola sobrou, eu pensei: é agora ou nunca. Chutei com a alma”, recordou Basílio, em depoimento ao Globo Esporte.
O gol do “Pé de Anjo” virou símbolo de redenção. Quando o árbitro apitou o fim, 93 mil fiéis invadiram o campo. Brandão foi carregado nos ombros, torcedores ajoelharam-se e até o presidente Vicente Matheus perdeu os sapatos no meio da comemoração.
O herói Basílio e o legado do título histórico
Basílio disputou 253 partidas pelo Corinthians entre 1975 e 1981, marcando 29 gols, segundo dados da ESPN Brasil. Em 2022, o clube inaugurou um busto em sua homenagem no Parque São Jorge, justamente no aniversário de 45 anos da conquista.
O ex-meia sempre destacou o peso espiritual daquele momento:
“Aquele gol mudou minha vida. Não foi só futebol, foi fé, esperança, o grito de milhões que esperaram por aquilo.” (Globo Esporte, 2016)
Curiosidades históricas da conquista do Campeonato Paulista de 1977
O jejum durou 22 anos, 8 meses e 7 dias.
O Morumbi precisou de 60 dias de reformas após a invasão dos torcedores.
Estima-se que 6.400 multas de trânsito foram registradas em São Paulo na noite e no dia seguinte à conquista.
O título inspirou uniformes comemorativos da Nike em 2007, 2013 e 2017, todos homenageando o “Gol de Basílio”.
Por que para muitos 77 é o maior título da história corinthiana
Mais do que um troféu, o Campeonato Paulista de 1977 simboliza o renascimento do Corinthians. Foi o momento em que o clube reconectou-se à sua essência: o time do povo, movido pela fé e pela resiliência. O gol de Basílio foi a catarse de uma geração inteira e o início de uma nova era.
Como resumiu o jornalista Celso Unzelte, especialista na história alvinegra:
“O Corinthians não ganhou um título em 1977. Ele se libertou.”
Passados 48 anos, o título de 1977 continua ecoando como o dia em que o Corinthians renasceu. Um gol que mudou o destino de um clube e de milhões de fiéis.
Reveja o inesquecível gol de Basílio
Quer reviver mais capítulos inesquecíveis da história do Timão?
Continue acompanhando o InfoTimão, onde o passado alvinegro vive em cada memória e o grito da Fiel nunca se cala.
Comentários