Fabinho Soldado reafirma permanência e revela bastidores da gestão do futebol do Corinthians
- Redação InfoTimão
- 8 de nov.
- 3 min de leitura
Executivo detalha relação com Dorival Júnior, autonomia no CT e planos para o futebol alvinegro em 2026
Fabinho Soldado, executivo de futebol do Corinthians, voltou a se pronunciar sobre o momento político e financeiro vivido pelo clube. Em entrevista concedida ao jornalista André Hernan, no YouTube, o dirigente reafirmou o compromisso com o Timão até o fim de seu contrato, em dezembro de 2026, e comentou os bastidores do departamento de futebol durante a gestão interina de Osmar Stabile.
Fabinho Soldado se distancia da política e reforça foco no CT Joaquim Grava
Contratado no início de 2024, ainda sob a administração de Augusto Melo, Fabinho Soldado permaneceu no cargo após o impeachment do ex-presidente e ganhou respaldo da atual diretoria. O executivo tem sido alvo de críticas internas por parte de conselheiros que consideram haver autonomia excessiva em seu trabalho, mas garante que atua de forma independente das disputas políticas do Parque São Jorge.
“Preciso deixar claro que eu não faço parte da política, nem do Corinthians nem de nenhum outro clube. Sou um profissional contratado do futebol. Minha vida foi toda construída no futebol, com base em conhecimento técnico e experiência”, afirmou Fabinho, destacando que prefere canalizar sua energia para o dia a dia do CT, blindando os atletas das tensões internas.
Segundo ele, Osmar Stabile tem acompanhado de perto as rotinas do departamento e dado total liberdade para o desenvolvimento do trabalho. “O presidente tem me dado autonomia. Ele está diariamente no CT, conversa com as pessoas, entende os processos e confia na equipe”, acrescentou o executivo.
Investimentos e melhorias estruturais no futebol
Durante a entrevista, Fabinho explicou que o papel do executivo de futebol vai muito além das contratações. Ele mencionou o planejamento de gestão, a contratação de profissionais qualificados e os investimentos realizados em infraestrutura.
“Fizemos contratações de profissionais experientes, vindos de clubes de Série A e até da Seleção Brasileira. Também ampliamos investimentos, como a revitalização das salas de fisioterapia e de preleção, com parceria da Flexform. Antes, tínhamos cerca de R$ 200 mil aplicados em fisioterapia, hoje já passamos de R$ 2 milhões”, revelou o dirigente.
Essas melhorias, segundo Fabinho, fazem parte de um esforço para modernizar o CT Joaquim Grava e tornar o ambiente de trabalho mais eficiente. “Tudo isso é fruto de um trabalho coletivo. Existe uma equipe multidisciplinar que se dedica ao Corinthians e que tem dado seu melhor”, completou.
Planejamento para 2026 e desafios no mercado
Mesmo com as dificuldades financeiras e o transfer ban imposto pela FIFA devido à dívida com o Santos Laguna, Fabinho garantiu que o Corinthians segue planejando a temporada de 2026.
“Nós já apresentamos o planejamento ao presidente, com férias, pré-temporada e avaliação de elenco. Temos dois cenários de pré-temporada em estudo e seguimos observando o mercado”, disse.
O executivo admitiu que já mantém conversas com novos atletas, mas que as negociações só poderão avançar após a regularização da pendência com o clube mexicano. “Não podemos fechar acordos enquanto o transfer ban não for resolvido. O presidente está liderando pessoalmente esse processo, junto aos departamentos jurídico e financeiro”, explicou.
Relação com Dorival Júnior e defesa da continuidade
Fabinho também falou sobre a relação de confiança com Dorival Júnior, técnico que chegou ao clube em 2024. Ele afirmou que o trabalho conjunto é “sincero, direto e vitorioso”, lembrando o período em que ambos trabalharam juntos no Flamengo.
“A relação com o Dorival é vencedora. É uma parceria de títulos e vai se transformar em conquistas no Corinthians. Ele compreendeu as dificuldades financeiras do clube e, mesmo assim, tem conseguido recuperar jogadores e lançar jovens da base como Gui Negão, André, Bahia, Kayke e Bidon”, afirmou.
O dirigente reforçou ainda que não há qualquer possibilidade de mudança no comando técnico e defendeu a importância da estabilidade no cargo de treinador.
“Financeiramente e tecnicamente, não cabe trocar de técnico a todo momento. O Dorival precisa ser valorizado e apoiado. Ele traduz o que faz no treino em resultados dentro de campo”, concluiu.
Comprometimento e entusiasmo apesar da crise
Fabinho garantiu que, mesmo diante das turbulências, segue entusiasmado e comprometido com o Corinthians. “Em nenhum momento cogitei sair. Tenho contrato até 2026 e quero cumprir. Enquanto eu for parte da solução, estarei aqui. A política não vai interferir no que é o meu princípio: o trabalho no futebol”, afirmou.
A postura do dirigente reflete a tentativa de manter estabilidade e profissionalismo em meio às dificuldades do clube, que atravessa uma das fases mais desafiadoras de sua história recente, marcada por dívidas, instabilidade política e limitações orçamentárias.
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