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Crise no Corinthians: pedido de impeachment, explicações à imprensa, corte de gastos e pedido de afastamento marcam 24h de tensão na gestão Augusto Melo

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    Redação InfoTimão
  • há 3 minutos
  • 5 min de leitura

Augusto Melo enfrenta uma série de problemas para manter sua gestão à frente do Corinthians.
Augusto Melo enfrenta uma série de problemas para manter sua gestão à frente do Corinthians. Foto: Wanderson Oliveira / Meu Timão

A gestão e a política do Sport Club Corinthians Paulista parecem um roteiro de filme, mas para a tristeza da Fiel Torcida, esse é um filme de terror para a nação corinthiana. Todos os dias uma série de fatos surgem na imprensa e fica até difícil de acompanhar.


Por este motivo, o InfoTimão fez um apanhado dos últimos acontecimentos para que você não perca nenhum capítulo dessa história que insiste em repetir o mesmo título de outros tempos: Crise no Corinthians. Confira!


Novo pedido de impeachment é protocolado por conselheiro do Cori


No início da segunda-feira (5), Paulo Roberto Bastos Pedro, membro do Conselho de Orientação (Cori) do Corinthians, protocolou um novo pedido de impeachment contra Augusto Melo, alegando motivos ligados à reprovação das contas de 2024.


Segundo apuração da Gazeta Esportiva, confirmada pelo InfoTimão, o documento cita uma série de irregularidades e omissões administrativas como justificativa para a destituição do presidente. Entre os principais pontos elencados por Paulo estão:


  • Ausência de documentos e informações que dificultam a análise das contas de 2024;

  • Atraso na publicação de balancetes mensais, em descumprimento ao art. 122, §2º do estatuto social;

  • Contratações das empresas Workserv e Kiara, sem recomendação do compliance e com uso de funcionários irregulares (art. 119, §2º);

  • Aumento de 85% no custo de serviços no futebol e 23% na folha salarial dos funcionários;

  • Falta de revisão orçamentária e ausência de relatório da Ernst & Young (art. 120);

  • Desinformação ao Cori, inclusive sobre o caso Matías Rojas, com despesa provável de R$ 40 milhões ignorada (arts. 112 e 120);

  • Queda de receitas do programa Fiel Torcedor e das bilheterias, mesmo com aumento de público nos estádios;

  • Déficit de R$ 181,8 milhões, contrariando a meta de superávit prevista de R$ 17,6 milhões em orçamento aprovado em abril de 2024;

  • Descumprimento de obrigações com a antiga patrocinadora Pix Bet e registro indevido de doações como receita.


Apesar de ser aliado político de Augusto Melo — integrando a Chapa 82 "Movimento Corinthians Grande" que o elegeu em 2023 —, o conselheiro optou por não incluir o caso "VaideBet" como motivador do pedido, já que este segue sob investigação da Polícia Civil de São Paulo. O presidente, inclusive, prestou depoimento recentemente na condição de investigado.


Este é o terceiro pedido de impeachment formal contra Augusto Melo. O primeiro, relacionado ao escândalo da VaideBet, segue em tramitação. O segundo também veio do Cori, centrado em problemas financeiros. Todos os pedidos têm como base os itens C, D e E do artigo 106 do estatuto do clube, que trata de infrações estatutárias, atos de gestão temerária ou irregular.


Diretoria tenta rebater críticas e insiste na reabertura das contas de 2023


Em meio à crescente crise institucional no Corinthians, a diretoria liderada por Augusto Melo viveu um dia decisivo nesta segunda-feira, 5 de maio de 2025. O presidente do clube e membros da cúpula administrativa receberam jornalistas no CT Joaquim Grava para tentar esclarecer pontos sensíveis do balanço financeiro reprovado pelo Conselho Deliberativo.


A reprovação das contas relativas ao ano de 2024 já havia sido precedida por pareceres contrários do Conselho Fiscal e do Conselho de Orientação (Cori). A principal divergência gira em torno de um aumento de R$ 829 milhões no passivo total, apontado pelo Cori, contra os quase R$ 600 milhões reconhecidos pela diretoria.


O clube acusa o Cori de impedir a exposição completa dos números e insiste em reabrir as demonstrações financeiras de 2023, com foco em supostas omissões da gestão anterior, de Duilio Monteiro Alves. Entre os valores omitidos estariam R$ 191,2 milhões em provisões de contingência, que segundo a atual gestão, foram reconhecidos pela GF Brasil Auditoria & Consultoria no relatório entregue ao clube.


Suspensão de contratações e ajustes: contenção de gastos no Corinthians


Ainda na segunda-feira, Augusto Melo assinou um memorando que suspende todas as contratações, promoções e reajustes salariais por tempo indeterminado no clube. A decisão visa conter despesas e preservar a responsabilidade fiscal diante do cenário de desconfiança e pressão política.


A medida impacta todos os departamentos, exceto o futebol, que poderá ter exceções avaliadas caso a caso. Para isso, será exigida justificativa formal e comprovação técnico-acadêmica dos profissionais contratados.


O passivo total do clube, conforme balanço publicado, está em R$ 2,568 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhão ligados ao clube e R$ 668 milhões à Neo Química Arena. A diretoria argumenta que a dívida líquida está em cerca de R$ 115 milhões, e que o valor de R$ 829 milhões apontado pelo Cori inclui receitas a realizar, o que inflaria os números indevidamente.


Comissão de Justiça solicita afastamento imediato de Augusto Melo


Fechando as 24 horas mais intensas da atual gestão, a Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo solicitou o afastamento liminar de Augusto Melo e dos membros da diretoria executiva. A base legal para o pedido é o artigo 106, alínea "c", do Estatuto Social, que permite a destituição do presidente caso as contas da gestão sejam rejeitadas.


A comissão ainda cita descumprimentos de diversos artigos do estatuto, como:

  • Art. 122, §2º: não divulgação dos balancetes mensais;

  • Art. 119, §2º: contratações de empresas sem seguir normas;

  • Art. 120, parágrafo único: ausência de revisão orçamentária;

  • Art. 112, inciso 13º: falta de informações ao Cori.


A denúncia classifica a gestão como "temerária", termo também respaldado pela Lei Geral do Esporte (LGE) nos artigos 66 e 67, que preveem punições severas para dirigentes que comprometam de forma irresponsável o patrimônio das entidades esportivas.


O que pode acontecer agora?


Se o pedido for aceito por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, o processo segue para a Comissão de Ética e Disciplina, que deverá formalizar o processo de destituição no prazo de cinco dias. Augusto Melo terá então dez dias para apresentar defesa.


Este já é o quarto pedido de impeachment enfrentado por Augusto Melo desde o início de sua gestão. O primeiro, envolvendo o polêmico caso da VaideBet, teve sua admissibilidade aprovada, mas segue suspenso. Outros dois, incluindo o mais recente, tratam de irregularidades contábeis e administrativas.


Corinthians vive dias decisivos sob pressão interna


As últimas 24 horas revelam um cenário de conflito institucional intenso, com embates entre diretoria e conselho, suspeitas de irregularidades e risco real de afastamento do presidente. Com a pressão aumentando nos bastidores e a imagem do clube em jogo, o futuro da gestão Augusto Melo segue em aberto — e sob ameaça jurídica e política.


Que a crise no Corinthians não ultrapasse os muros do Parque São Jorge


Fica a torcida da Fiel para que todo esse ambiente de Crise no Corinthians não acabe por afetar o campo, pois o time de futebol está num momento de reconstrução e possui boas perspectivas nesta temporada.


Quer se manter informado sobre os bastidores do Corinthians e acompanhar os desdobramentos da crise? Acesse o InfoTimão e fique por dentro de tudo que movimenta o Parque São Jorge!

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