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Augusto Melo é afastado da presidência do Corinthians após processo de impeachment aprovado por conselheiros

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    Redação InfoTimão
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Presidente Augusto Melo, do Corinthians, é afastado pelo Conselho Deliberativo
Presidente Augusto Melo, do Corinthians, é afastado pelo Conselho Deliberativo. Foto: CAIO DE SOUSA/PERA PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Processo de impeachment aprovado pelo Conselho Deliberativo, afasta Augusto Melo com votação histórica no Parque São Jorge


O presidente do Corinthians, Augusto Melo, foi afastado do cargo na noite desta segunda-feira (26), após a aprovação de seu impeachment pelo Conselho Deliberativo do clube. A sessão foi realizada no Salão Nobre do Parque São Jorge e contou com a presença de 236 conselheiros.


Dos votantes, 176 foram favoráveis ao impeachment, 57 se posicionaram contra, um voto foi considerado nulo e dois membros não participaram da votação: Kadu Melo, sobrinho de Augusto, se absteve, e Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho, não votou. Com isso, o processo de destituição avança, e o clube entra em uma nova fase de gestão.


Vice assume interinamente e Assembleia Geral será convocada


Com o impeachment aprovado e afastamento imediato de Augusto Melo, quem assume a presidência do Corinthians de forma interina é o primeiro vice-presidente Osmar Stabile. Caso ele não possa exercer a função, a responsabilidade será transferida para Armando Mendonça, segundo vice-presidente.


De acordo com o Estatuto Social do Corinthians, a próxima etapa é a convocação de uma Assembleia Geral, que deve acontecer em até cinco dias. Nessa assembleia, os sócios do clube decidirão se a destituição será confirmada em definitivo. Para isso, é necessário que a maioria dos votos seja favorável.


Pronunciamento antes da saída: Augusto admite derrota e cita feitos da gestão


Antes do resultado da votação ser anunciado, Augusto Melo fez um pronunciamento na sala de teatro do Parque São Jorge. Em tom de despedida, ele reconheceu a provável derrota, mencionou conquistas de sua gestão — como contratos assinados e superávit —, e pediu desculpas à torcida por falhas durante o mandato. Disse ainda que deixaria o clube de cabeça erguida.


Durante a manhã do mesmo dia, o clima já era de forte insatisfação. Pichações contra o presidente apareceram nos muros do clube, e uma estátua do personagem Pinóquio foi colocada no local, segurando uma faixa com os dizeres "a casa vai cair!", cercada por notas falsas com a inscrição “sem valor”.


Entenda o motivo do impeachment de Augusto Melo


O processo de impeachment de Augusto Melo começou em novembro de 2024, quando o presidente do Conselho, Romeu Tuma Júnior, acolheu um pedido formal de destituição. A solicitação teve como base o escândalo envolvendo o contrato com a VaideBet, patrocinadora máster do clube anunciada em janeiro daquele ano.


Segundo denúncias divulgadas pelo jornalista Juca Kfouri, a empresa Rede Social Media Design LTDA, ligada a Alex Cassundé — apoiador da campanha de Augusto Melo —, recebeu R$ 900 mil da comissão do contrato e teria repassado o valor a uma empresa de fachada chamada Neoway Soluções Integradas e Serviços. O valor envolvia 7% do contrato total, estimado em R$ 360 milhões.


A gravidade do caso resultou na rescisão do contrato por parte da VaideBet e em uma investigação conduzida pela Polícia Civil de São Paulo. Em maio de 2025, Augusto Melo foi indiciado pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Também foram indiciados Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing; Marcelo Mariano, o Marcelinho, ex-diretor administrativo; e Alex Cassundé.


Estatuto prevê destituição por danos à imagem e ao patrimônio


Mesmo antes da conclusão do inquérito judicial, o Conselho Deliberativo decidiu dar andamento ao processo com base no Artigo 106, item B, do Estatuto do Corinthians, que prevê a destituição de um presidente que cause, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do clube.


Agora, a definição do futuro de Augusto Melo como presidente dependerá da votação dos sócios. Se a maioria confirmar a decisão, com impeachment aprovado, ele será removido de forma definitiva do cargo.


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